quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O que quero afinal?

Durante minha vida profissional como professor, como todos os demais professores, já passei por diversos tipos de alunos. Alunos bons, outros nem tanto; Alunos preocupados, outros nem tanto; Alunos compreeciveis, outros nem tantos; Alunos sagazes, outros nem tantos e tantos "nem tantos" que cansaria enumerá-los.

Mas destes, dois ainda povoam meus pensamentos.


Numa determinada 5ª série eu tentava sacudir o garoto para que ele estudasse mais, se esforçasse mais afinal, ele era capaz, dizia eu.

Ele então me sai com uma pérola: - Professor, meu pai tem apenas a 4ª série e é dono da metade da cidade. Para que eu preciso estudar?


Outro fato aconteceu em uma 8ª série, quando eu explicava sobre a importância de acompanharmos as ações de nossos gestores; De cobrarmos para que eles, os políticos, usem os recursos públicos em prol de todos e não apenas em causa própria ou de parentes.

O aluno então me questiona: Professor por que o senhor não se torna político para resolver esses problemas?


Com base nessas duas situações, permito questionar-me: O que eu quero afinal?

-Quero ganhar dinheiro.

Essa então é a profissão errada!



-Quero ensinar coisas e conteúdo.

Os alunos já estão cheio de informações ( mesmo que eu não goste ou concorde das informações que eles já possuem!)


-Quero revolucionar o mundo com minhas ideias.

Sem colocar-las em praticas minhas ideias não passam e palavras soltas que o vento carregam sempre para muito longe!


-Quero ter personalidade e ser coerente com o que eu mesmo digo e penso.

Estou pronto para brigar com todos e contra tudo a cada instante e em cada esquina por conta desse ideal?


O que quero afinal?


Honestamente ainda não consegui encontra resposta para essa pergunta.

Sei apenas que não consegui muitas coisas ao longo de meus dias e de meus anos.

Não conseguir responder nem metades das indagações que eu mesmo criei;

Não conseguir massificar pessoas e pensamentos;

Não conseguir revolucionar a educação;

Não conseguir colaborar com as questões ambientais ou sindicais;

Não conseguir muita coisa.

Honestamente não sei quais foram minhas virtudes.


E nesse fim de anos, essas indagações afloram ainda mais, mas acho que só agora todas elas apresentam uma pequena porção de brilho:


Não estou aqui para responder;

Para forjar;

Para moldar ou enquadrar. Isso é brutal e dominador.

Não é  e não pode ser essa minha missão!.

Posso estar aqui para colaborar; Para somar; Para mostrar possíveis soluções. Não sou heróis ou deus!


Erro e estou sujeito as mesmas leis naturais e, principalmente: É preferível perder a estar do lado dos vencedores que obtém suas vitorias atropelando a tudo e a todos.


Que 2011 traga a tranquilidade e paciência para que todas as suas verdades se sustente e solidifiquem e, caso elas não suporte seu próprio peso, que você tenha a humildade de dizer: Lamento, eu errei!


Feliz 2011.

Biologia, a ciência da vida.

Quando a última árvore for cortada, quando o último rio for poluído, quando o último peixe for pescado, aí sim eles verão que dinheiro não se come…” Pensamento Indigenista.