Durante minha vida profissional como professor, como todos os demais professores, já passei por diversos tipos de alunos. Alunos bons, outros nem tanto; Alunos preocupados, outros nem tanto; Alunos compreeciveis, outros nem tantos; Alunos sagazes, outros nem tantos e tantos "nem tantos" que cansaria enumerá-los.
Mas destes, dois ainda povoam meus pensamentos.
Numa determinada 5ª série eu tentava sacudir o garoto para que ele estudasse mais, se esforçasse mais afinal, ele era capaz, dizia eu.
Ele então me sai com uma pérola: - Professor, meu pai tem apenas a 4ª série e é dono da metade da cidade. Para que eu preciso estudar?
Outro fato aconteceu em uma 8ª série, quando eu explicava sobre a importância de acompanharmos as ações de nossos gestores; De cobrarmos para que eles, os políticos, usem os recursos públicos em prol de todos e não apenas em causa própria ou de parentes.
O aluno então me questiona: Professor por que o senhor não se torna político para resolver esses problemas?
Com base nessas duas situações, permito questionar-me: O que eu quero afinal?
-Quero ganhar dinheiro.
Essa então é a profissão errada!
-Quero ensinar coisas e conteúdo.
Os alunos já estão cheio de informações ( mesmo que eu não goste ou concorde das informações que eles já possuem!)
-Quero revolucionar o mundo com minhas ideias.
Sem colocar-las em praticas minhas ideias não passam e palavras soltas que o vento carregam sempre para muito longe!
-Quero ter personalidade e ser coerente com o que eu mesmo digo e penso.
Estou pronto para brigar com todos e contra tudo a cada instante e em cada esquina por conta desse ideal?
O que quero afinal?
Honestamente ainda não consegui encontra resposta para essa pergunta.
Sei apenas que não consegui muitas coisas ao longo de meus dias e de meus anos.
Não conseguir responder nem metades das indagações que eu mesmo criei;
Não conseguir massificar pessoas e pensamentos;
Não conseguir revolucionar a educação;
Não conseguir colaborar com as questões ambientais ou sindicais;
Não conseguir muita coisa.
Honestamente não sei quais foram minhas virtudes.
E nesse fim de anos, essas indagações afloram ainda mais, mas acho que só agora todas elas apresentam uma pequena porção de brilho:
Não estou aqui para responder;
Para forjar;
Para moldar ou enquadrar. Isso é brutal e dominador.
Não é e não pode ser essa minha missão!.
Posso estar aqui para colaborar; Para somar; Para mostrar possíveis soluções. Não sou heróis ou deus!
Erro e estou sujeito as mesmas leis naturais e, principalmente: É preferível perder a estar do lado dos vencedores que obtém suas vitorias atropelando a tudo e a todos.
Que 2011 traga a tranquilidade e paciência para que todas as suas verdades se sustente e solidifiquem e, caso elas não suporte seu próprio peso, que você tenha a humildade de dizer: Lamento, eu errei!
Feliz 2011.